quinta-feira, 9 de outubro de 2014

Roteirizando..

   O roteiro é tão importante para a linguagem cinematográfica quanto os demais itens, pois ele é um dos elementos que transcende à estória (ficção, folclore, mito) o que se deseja emitir (ou história, caso deseje passar à sua narrativa fatos reais, acontecimentos históricos e sua relação com o passado).
   É sabido que recebemos influência culturais de diversos meios diferentes, que nos moldam como seres pensantes e que nos permitem mesclar essas influências e a partir disso criar algo nosso. Por esse motivo, é fundamental que estejamos receptivos e que não ignoremos fatos simplesmente por pré conceitos antes criados. Todas essas influências que nos chegam formam nossa identidade ao longo do tempo.
   A cultura é produtora do que chamamos de imaginário social, ou seja, é a visão que a cultura tem dela própria. Quando dizemos que o Brasil é o país do futebol e do carnaval, estamos dizendo algo que já nos foi imposto culturalmente ao longo dos anos, não há mais margem para discórdias em relação à esse assunto, pois não se mexe no controle ideológico de uma sociedade.
   O cinema é o guardião do imaginário social. Ele possui o papel ritualístico de transmitir ao telespectador o ideal simbólico de determinada cultura e dar forma assim, ao imaginário. Ou seja, o cinema traduz numa linguagem audiovisual o que chamamos de imaginário social.
   Após analisado todo esse conteúdo, pode-se dizer que para se ter um roteiro bem elaborado, com narrativas concretas e estórias eletrizantes  que conquiste o expectador, é necessário ter uma bagagem cultural diversificada, pra que assim se possa elaborar projetos de valor.

   "Nunca se esqueça disso. Não existe assunto ruim, e sim história ruim."


1. Conceito / Estória / História

   O primeiro passo de todos, pra se obter uma narrativa cinematográfica, se inicia com a concepecão de uma ideia, que nem sempre surge de um estalo, mas que na verdade é fruto daquela bagagem cultural à qual já mencionamos anteriormente.
   Quando a ideia estiver definida, parte-se então para a elaboração do roteiro, que é dividido em várias etapas.
   Após este processo, se desenvolve o logline, que é o resumo de sua história em uma única frase.
   Ex.: Título: Como treinar o seu dragão 2.
   Logline: Cinco anos após convencer os habitantes de seu vilarejo que os dragões não devem ser combatidos, Soluço convive com seu dragão Fúria da Noite, e estes animais integraram pacificamente a rotina dos moradores da ilha de Berk. Entre viagens pelos céus e corridas de dragões, Soluço descobre uma caverna secreta, onde centenas de novos dragões vivem. O local é protegido por Valka, mãe de Soluço, que foi afastada do filho quando ele ainda era um bebê. Juntos, eles precisarão proteger o mundo que conhecem do perigoso Drago Bludvist, que deseja controlar todos os dragões existentes.


2. Sinopse / Roteiro

   Sinopse tem como meta estruturar uma narrativa. É uma narração breve e o primeiro passo pra organizar uma história em forma de roteiro.
   
   Roteiro é a narração estruturada de uma sequência de cenas, é a organização de ideias do criador, a representação do cenário da fantasia. Um bom roteiro segue tais itens: a) Estrutura- Apresentação do conflito (personagens, época, conflitos); b) Desenvolvimento; c) Solução (resolução do problema); d) Engajamento.

   Sua produção é dividida sempre em três atos:
   ATO I - Apresentação - personagens do enredo, época em que se passa, ano em que se passa, objetivos dos personagens e outros itens que definem o enredo.
   ATO II - Conflito - oposição aos personagens, conflitos da trama.
   ATO III - Resolução - a resolução dos conflitos apresentados.
Como toda boa história, início, meio e fim devem ser transmitidos (não necessariamente nessa ordem) para que a estória tenha fundamento.


3. Captação

Captação das cenas todas através dos planos (que já vimos em um outro post aqui =D ).


4. Montagem

Montagem métrica que passa a caracterizar a sequência.


Um bom enredo segundo James Scott Bell:
   Lead - personagens principais
   Objective - quais os objetivos dos personagens
   Conflict - que o personagem enfrenta até chegar ao objetivo
   Knockout ending - final coerente que gera impacto na história. Ponto de virada na trama.


   A construção narrativa é capaz de revelar valores e por vezes indicam práticas sociais e individuais, fomentam significados que atribuímos às nossas vidas, orientam formas pelas quais nos relacionamos com as coisas e com as outras pessoas.


Conteúdo desenvolvido como disciplina da matéria de Produção de Vídeo I, pelo professor Carlos André "Camarão". FAAL.

A luz como elemento decisivo.

     Ao se falar sobre projetos cinematográficos, fotográficos, entre outros, logo vem à mente toda aquele maquinário, aquelas câmeras todas, pessoas empenhadas em volta de um modelo, aquele caos. Muitas vezes é assim mesmo, um caos organizado, mas o que nunca falta em qualquer produção é a iluminação.
     A iluminação é essencial em qualquer projeto, pois a partir dela que se caracteriza determinada cena, determinada foto.
     Partindo desse pressuposto, não basta apenas saber que a luz é importante sem saber como utilizá-la. Sendo assim, seguem algumas explicações de tipos de luz e como entender suas temperaturas.

     As luzes naturais, como o nome já diz, são as luzes emitidas pelos raios de sol (fontes que mais se modificam, pois são influenciadas pelos horários do dia), são as luzes que estão no ambiente e que fazem parte dele, sem influência das luzes artificiais, que por sua vez são aquelas criadas, controladas (essa luz que cê compra mesmo ^^ ).
     Dentro da luz natural e da luz artificial, existem alguns truques que transformam a cena radicalmente, saca só:

  • Luz dura é a iluminação direta, sem qualquer influência de outras luzes e que atinge o objeto diretamente (dãã), deixando uma sombra muito marcada atrás e na frente uma luz intensa.

Luz Dura
  • Já a luz difusa é a luz dura, porém com um difusor acoplado, o que a torna mais branda, difundindo essa luz dura em algo menos pesado.

Luz Difusa

  • E por fim existe a luz suave, que é o rebatimento da luz a um determinado objeto (existem os rebatedores e os isopores, que possuem a mesma finalidade e auxiliam muito em produções), atingindo esse objeto indiretamente, e não diretamente, como nos outros dois exemplos acima.
Exemplo de uso de rebatedor




    Espectro da Luz



    Já falamos sobre os tipo de luz. Que tal ficar claro como funciona o espectro visível da luz? =)
   Com a evolução da Física ao longo dos anos, os cientistas perceberam que a luz possui um comportamento similar ao das ondas eletromagnéticas, a luz é uma oscilação e se propaga no vácuo com uma certa variação no tempo (frequência). Para mais, link disponível aqui
    

    Quanto mais alta a temperatura de cor (espectro de luz), mais fria a luz, sendo assim, mais azulada / esverdeada será o tom da cor da imagem. Exemplos que podem ser citados são as luzes incandescentes e o sol das 12 hrs (quando ele atinge o pico do céu, horário mais intenso).




    Quanto mais baixa a temperatura de cor, mais quente a luz, ou seja, mais avermelhado/ amarelado será o tom da imagem. Exemplos são as chamas de vela, nascer e o por do sol.





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     Notamos que independente da técnica, a iluminação é um fator importantíssimo para a elaboração de qualquer produção.


     Algo que se deve frisar: nenhuma luz é “melhor” por si só. Cada uma deve ser usada em uma situação dependendo do resultado que você procura, e a junção destas luzes transmite os ideais, ideias e os sentimentos à essa produção.


Conteúdo desenvolvido como disciplina da matéria de Produção de Vídeo I, pelo professor Carlos André "Camarão". FAAL.